O economista-chefe e sócio fundador da Legacy, Pedro Jobim, alerta que a Selic precisaria chegar perto de 15% para a inflação atingir a meta de 3%. Jobim afirma que o Banco Central começou seu ciclo de aumentos de maneira tardia e precisa acelerar o ritmo para manter a credibilidade no controle da inflação. No artigo a seguir, você vai descobrir a análise de Jobim sobre a situação econômica do Brasil e o impacto das políticas atuais na dívida pública e no câmbio.
- A Selic precisa chegar perto de 15% para controlar a inflação a 3%.
- O Banco Central começou o ciclo de altas da Selic com atraso.
- O governo não quer cortar gastos para controlar a dívida.
- A situação fiscal ainda não chega a dominância, mas há riscos.
- Pacote econômico pode não resolver o problema da dívida pública.
A Necessidade de Aumentar a Selic para Controlar a Inflação
O Cenário Atual da Economia Brasileira
Você deve estar se perguntando como a inflação pode ser controlada no Brasil e qual o papel da Selic nesse processo. Recentemente, o economista Pedro Jobim, chefe de economia e co-fundador da Legacy, apresentou uma análise que pode mudar a forma como você entende a relação entre a taxa de juros e a inflação.
A Selic e a Meta de Inflação
Para que a inflação chegue a 3%, Jobim sugere que a Selic precisa ser elevada para níveis próximos a 15%. Essa proposta surge em um contexto onde o Banco Central (BC) começou a ajustar a taxa de juros mais tarde do que o ideal. Para manter a credibilidade na luta contra a inflação, o BC precisará agir mais rapidamente, especialmente considerando as expectativas de inflação que estão se deteriorando.
O Desafio de Aumentar a Selic
Aumentar a Selic em 50 pontos-base por reunião pode não ser suficiente. Jobim argumenta que, devido a um pacote de cortes de gastos que oferece apenas uma melhora momentânea nos prêmios de risco, esse ritmo de aumento se torna inadequado. Essa informação foi compartilhada durante um evento em São Paulo, organizado pela UBS, onde também foram discutidos os juros futuros em um cenário global desafiador.
A Meta de Inflação e o Emprego
É interessante notar que o Brasil já teve metas de inflação mais altas. Em períodos de baixa taxa de desemprego, a meta era de 4,5%. Atualmente, o país se beneficia de uma meta de 3%, reflexo de uma política monetária mais rígida. No entanto, o governo parece relutante em enfrentar o que Jobim chama de “elefante na sala”: a crescente dívida pública, que pode ser agravada por um cenário externo ruim.
O Papel do Governo e da Dívida
Por que o governo não toma medidas mais drásticas para controlar a dívida? Jobim acredita que o cenário externo se tornou mais complicado, e a valorização do dólar pode dificultar ainda mais a situação. Apesar de um futuro incerto para 2025 e 2026, ele enfatiza que o Brasil ainda não está em uma situação de dominância fiscal, um conceito que se refere à incapacidade do governo de controlar suas contas, especialmente em tempos de risco de crédito elevado.
O Que é Dominância Fiscal?
Dominância fiscal é quando o aumento da taxa de juros pelo Banco Central não resulta em uma melhora dos ativos financeiros. Isso ocorre porque a percepção é de que a dívida está fora de controle e que o aumento da Selic só piora a situação. Jobim menciona que, se o BC tivesse aumentado a Selic em 75 pontos-base na última reunião, isso poderia ter gerado um efeito positivo nas taxas de câmbio e nos juros a longo prazo.
A Visão de Outros Especialistas
Carlos Viana de Carvalho, ex-diretor do Banco Central e atual chefe de pesquisa da Kapitalo Investimentos, compartilha uma visão semelhante. Ele acredita que o Brasil não está em uma situação de dominância fiscal, mas alerta para os riscos que podem surgir. Ele observa que o presidente Lula parece relutante em desacelerar a economia, mesmo que isso seja necessário, especialmente em um contexto onde as decisões do Copom são cruciais.
A Resistência à Desaceleração
Como isso pode impactar a política monetária? Viana acredita que Lula vê o aumento da Selic e cortes de gastos como gestos simbólicos. Ele quer que as pessoas tenham dinheiro para gastar, mas isso pode entrar em conflito com a necessidade de esfriar a economia, criando um cenário complicado para a política monetária.
O Pacote Econômico
A equipe econômica do governo está prestes a anunciar um novo pacote que, segundo Viana, pode incluir medidas que ajudam a estabilizar a situação econômica. No entanto, ele alerta que essas medidas podem não ser suficientes para resolver o problema da dívida pública. Embora algumas ações possam ser tomadas, a raiz do problema ainda precisa ser enfrentada, especialmente em um momento onde o comportamento da Selic é observado com atenção.
A Importância do Banco Central
O Banco Central, segundo Jobim, é a única força que pode proporcionar alguma estabilidade a curto prazo. No entanto, ele observa que, apesar de suas ações, não será suficiente para manter a inflação em níveis baixos. Isso indica que a política monetária precisa ser acompanhada de outras medidas econômicas.
Conclusão
Em resumo, a análise de Pedro Jobim sobre a Selic e a inflação no Brasil revela um cenário desafiador. A necessidade de elevar a Selic para cerca de 15% para alcançar a meta de 3% de inflação é um chamado à ação. O Banco Central deve acelerar suas intervenções para manter a credibilidade e evitar a dominância fiscal. A resistência do governo em cortar gastos e o impacto da dívida pública são questões que não podem ser ignoradas. Com um futuro econômico incerto, é essencial que você acompanhe de perto as políticas monetárias e suas implicações. Para se aprofundar mais nesse tema e em outros relacionados às finanças, não deixe de visitar aprendersobrefinancas.com.
Perguntas Frequentes
Quais as consequências de a Selic chegar perto de 15%?
Aumento da taxa Selic pode frear a inflação, mas também desacelerar a economia e aumentar o desemprego.
O que a Legacy afirma sobre a inflação e a Selic?
A Legacy aponta que a Selic precisa chegar perto de 15% para que a inflação possa ser reduzida a 3%.
Por que o Banco Central começou um ciclo de altas da Selic atrasado?
O Banco Central demorou a agir, segundo economistas, o que pode dificultar o controle da inflação.
O que significa dominância fiscal?
Dominância fiscal é quando a alta dos juros piora a situação das contas do governo. É uma situação que o Brasil ainda não enfrenta.
Quais são os riscos se o governo não agir para controlar a dívida?
Se o governo não controlar a dívida, pode haver inflação elevada e a economia pode ficar instável.