Herança Como Funciona e Quais Impostos – Você vai entender de forma simples o que é herança e quais custos fiscais podem surgir. Explico conceitos básicos, o ITCMD e como é calculado, quando abrir inventário e como fazer a partilha, além de declarar bens no imposto de renda do espólio.
Mostro também o papel do testamento e opções de planejamento sucessório para reduzir impostos com segurança. Tudo em linguagem direta e passos práticos para você agir sem surpresas.
Principais conclusões
- Você recebe bens por testamento ou pela lei de sucessão.
- Pode haver imposto sobre a herança (ITCMD), que varia por estado.
- É necessário abrir inventário para transferir oficialmente os bens.
- Dívidas do falecido podem reduzir a herança líquida.
- Planejar a sucessão e elaborar testamento ajudam a reduzir impostos e conflitos.

Entenda Herança: Como Funciona E Quais São Os Impostos
A ideia é simples: quando alguém morre, os bens, dívidas e direitos passam para outras pessoas. A herança é um processo legal que envolve inventário, partilha e, às vezes, testamento. Cada etapa tem prazos e regras que afetam o que você recebe e o que precisa pagar.
Na prática, você lidará com documentos, avaliações de bens e decisões sobre venda ou manutenção do patrimônio. Se houver testamento, as vontades do falecido orientam a divisão — para entender a relevância de deixar instruções claras, veja a página sobre a importância de ter um testamento.
Sem testamento, a lei determina os herdeiros. Em muitos casos, famílias resolvem pelo cartório (inventário extrajudicial) quando há acordo entre todos e não existem menores ou incapazes.
Além dos tributos, há custos como emolumentos cartoriais e honorários profissionais, que reduzem o valor líquido recebido. Entender cedo como funciona cada tributo e quais práticas facilitam a partilha faz diferença — e envolve também estratégias de planejamento sucessório quando aplicável.
Herança como funciona: conceitos básicos para você entender
O espólio é tudo o que a pessoa deixou: imóveis, contas, investimentos, veículos e dívidas. Quem administra temporariamente o espólio é o inventariante. Transparência na relação entre herdeiros evita conflitos e acelera processos.
O inventário pode ser judicial ou extrajudicial:
- Extrajudicial: feito em cartório, mais rápido e barato, exige acordo entre todos e herdeiros maiores e capazes.
- Judicial: necessário quando há herdeiros incapazes, disputa ou litígio; costuma ser mais lento e custoso.
O objetivo é transferir a titularidade dos bens aos herdeiros e liquidar dívidas e tributos do espólio.
Quais impostos sobre herança podem incidir no seu caso
O tributo mais direto é o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), de competência estadual, com alíquotas e regras que variam por estado.
Além disso, o espólio deve apresentar a declaração do Imposto de Renda do falecido até a data do óbito e, se houver rendimentos durante o inventário, o próprio espólio deve declarar e pagar IR sobre esses rendimentos.
Custos não tributários que pesam: emolumentos cartoriais, taxas judiciais e honorários advocatícios. Em casos com dívidas ou obrigações fiscais pendentes, o patrimônio disponível pode ficar reduzido.
Para entender melhor como o planejamento tributário pode ajudar a reduzir o impacto desses tributos, considere estudar técnicas de planejamento tributário aplicadas ao contexto sucessório.
Tributos e custos mais comuns:
| Tributo/Custo | Quem cobra | Observação rápida |
|---|---|---|
| ITCMD | Estado | Percentual e isenção variam por estado |
| Imposto de Renda do falecido/espólio | União | Declaração até a data do óbito; espólio paga sobre rendimentos |
| Emolumentos cartoriais | Cartório | Valor por ato (registro, escritura) |
| Custas judiciais | Justiça | Aplica-se em inventários judiciais |
| Honorários advocatícios | Advogado | Negociáveis; podem ser percentuais |
Atenção: alíquotas e procedimentos mudam conforme o estado. Antes de assinar qualquer documento, confirme prazos e valores locais.
Resumo rápido dos tributos mais comuns
- ITCMD: imposto estadual sobre transmissão causa mortis e doação; é o principal tributo sobre heranças.
- Imposto de Renda (falecido/espólio): apurado até a data do óbito; o espólio paga sobre rendimentos gerados após o falecimento. Para dúvidas gerais sobre declaração de IR, consulte a página sobre declaração de imposto de renda e sobre o que é imposto de renda.
- Custos operacionais: cartório, justiça e advogados também reduzem o valor que chega até você.
ITCMD imposto herança: o que você precisa saber
O ITCMD incide sobre a transmissão de bens por morte e sobre doações em vida. Se você vai receber uma herança, é importante entender como esse tributo afeta o valor líquido que chega até você.
Muitas pessoas deixam para depois e acabam pagando multas, retenções em cartório e enfrentando atrasos no inventário.
Cada estado define alíquotas, prazos e regras. Confirme sempre com a Secretaria da Fazenda do seu estado ou com um contador. Como exemplo, consulte as Informações oficiais sobre o ITCMD estadual.
Como resumo prático: saber “Herança: Como Funciona E Quais São Os Impostos” é essencial para planejar e evitar surpresas.
No planejamento, doações em vida, testamento claro ou simulações prévias podem reduzir custos, dependendo do caso.
Como é calculado o ITCMD
A base de cálculo é o valor dos bens transmitidos: imóveis, veículos, quotas de empresa, aplicações e saldos bancários. Usa-se o valor venal ou o valor atribuído no inventário.
Aplica-se a alíquota estadual sobre a base apurada, e podem existir deduções (dívidas do falecido, custos do inventário) ou isenções específicas (por exemplo, para herdeiros com deficiência), conforme a legislação local.
Exemplo (valores ilustrativos):
| Estado (exemplo) | Alíquota típica | Observação |
|---|---|---|
| São Paulo | 4% | Valor ilustrativo; confirme atualizações |
| Rio de Janeiro | 4% | Pode variar por faixa |
| Minas Gerais | 4% | Há faixas e exceções |
| Bahia | 4% | Verifique benefícios locais |
ITCMD = imposto transmissão causa mortis?
Não são tributos distintos: o nome completo é Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). A aplicação varia conforme a situação (causa mortis = herança; doação = transferência em vida).
Prazo de pagamento e documentos exigidos
Prazos variam por estado (30, 60 ou 180 dias, por exemplo). Normalmente o recolhimento é exigido antes de atos em cartório (registro de imóvel). Documentos comuns:
- Documento de identidade e CPF do falecido e dos herdeiros
- Certidão de óbito
- Documentos dos bens (escritura, CRV, extratos bancários)
- Inventário ou declaração de bens e valores
- Procuração, quando houver representante
Pagar fora do prazo pode gerar multa e juros. Confirme o prazo do seu estado e emita a guia correta antes de registrar ou transferir bens.

Inventário e partilha de bens: passos práticos para você
O inventário organiza o que ficou: identifica bens, dívidas e herdeiros. Você precisa escolher se vai ao cartório (extrajudicial) ou ao foro (judicial). Cada caminho tem custos, prazos e regras diferentes. Para orientações oficiais, veja as Orientações oficiais sobre inventário e partilha.
Reúna documentos básicos desde o início para acelerar o processo:
- Certidão de óbito, CPF/RG, certidão de casamento ou união estável
- Escrituras de imóveis, extratos bancários, comprovantes de aplicações
- Testamento (se existir)
Se quiser se aprofundar em tributos e regras, pesquise materiais relacionados ao planejamento sucessório e ao planejamento tributário aplicável a heranças para ter visão completa e evitar surpresas.
Quando abrir o inventário judicial ou extrajudicial
- Inventário extrajudicial: cartório, exige acordo unânime entre herdeiros maiores e capazes.
- Inventário judicial: obrigatório quando há herdeiros incapazes, divergência ou litígio.
Comparação resumida:
| Critério | Inventário Judicial | Inventário Extrajudicial |
|---|---|---|
| Onde tramita | Fórum / Vara de Família | Cartório (escritura) |
| Precisa de acordo | Não necessariamente | Sim — acordo entre todos |
| Herdeiros incapazes | Permitido/obrigatório | Não permitido |
| Tempo médio | Meses a anos | Semanas a meses |
| Custos | Custas honorários | Emolumentos honorários |
Como funciona a partilha de bens entre herdeiros
A partilha começa com o inventário: levantam-se patrimônio e dívidas, calcula-se o valor líquido e propõe-se a divisão. Se houver testamento, ele orienta parte da distribuição, respeitando a legítima dos herdeiros necessários (filhos, cônjuge, pais).
Passos comuns:
- Abertura do inventário e nomeação do inventariante.
- Levantamento e avaliação dos bens e dívidas.
- Proposta de partilha entre os herdeiros.
- Homologação pelo juiz ou lavratura da escritura em cartório.
- Registro das transferências (imóveis, veículos, contas).
Prazo legal para abrir inventário costuma ser 60 dias a contar do falecimento; atrasar pode gerar multa e juros, além de bloquear transferências e contas.
Regras de sucessão hereditária: quem herda o quê
A sucessão começa no momento do óbito. Há uma ordem legal e uma parte dos bens é reservada aos herdeiros necessários (legítima).
O regime de casamento (comunhão parcial, universal, separação) influencia a divisão entre meação e herança. Para ver as regras legais, consulte as Regras de sucessão no Código Civil.
Antes de repartir, a herança paga dívidas e impostos (como ITCMD). O que sobra é dividido conforme a ordem e regras legais.
Itens comuns na partilha: imóveis, contas bancárias, veículos, bens digitais e dívidas.
Ordem de vocação hereditária
A ordem geral é:
- Descendentes (filhos, netos)
- Ascendentes (pais, avós)
- Cônjuge (segundo o regime)
- Colaterais (irmãos, tios) até o 4º grau
- Estado (se não houver herdeiros)
Quando duas classes existem simultaneamente (ex.: filhos e cônjuge), a divisão segue regras específicas que dependem do regime de bens.
Testamento e limites legais na sucessão
O testamento permite indicar quem recebe o quê, mas não pode suprimir a legítima dos herdeiros necessários. Existe uma parte disponível que pode ser livremente disposta; o restante é protegido por lei.
Testamentos exigem formalidades (assinatura, testemunhas, ato público). Mesmo com testamento, dívidas integram o espólio. Filhos ou outros herdeiros podem contestar disposições que violarem a legítima, por isso é recomendável assistência jurídica.
Para entender opções práticas e o papel do testamento dentro de um conjunto de medidas, consulte o conteúdo sobre importância de ter um testamento e combine com estratégias do planejamento sucessório.
Situações especiais: união estável e direitos do cônjuge
Na união estável, o companheiro tem direitos semelhantes ao cônjuge, mas é preciso provar a união e analisar o regime de bens.
A presença de filhos de relacionamentos anteriores também altera a partilha. Formalizar a união ou deixar testamento pode evitar dúvidas.

Declaração de bens, inventário e imposto de renda do espólio
Ao abrir o inventário, o espólio precisa ser identificado para fins fiscais. Enquanto durar a administração, o espólio pode gerar rendimentos (aluguéis, juros) e deve declarar e pagar IR sobre esses rendimentos, usando o CNPJ do espólio quando aplicável.
Após a partilha, cada herdeiro declara os bens recebidos na sua declaração pessoal. A Receita Federal disponibiliza Orientações fiscais sobre espólio e IR.
Importante: receber herança não gera IR sobre o valor herdado, mas gera ITCMD e pode gerar IR sobre rendimentos posteriores ou ganho de capital na venda.
Como declarar bens recebidos em herança no imposto de renda
- Informe os bens na ficha de bens e direitos, indicando que a origem é herança e a data da partilha.
- Utilize o valor constante no formal de partilha ou auto de inventário como base.
- Se o bem gerar rendimentos (aluguel) ou for vendido com ganho, haverá IR sobre esses rendimentos ou sobre ganho de capital.
Para orientações práticas sobre preenchimento e dúvidas frequentes, veja a página sobre declaração de imposto de renda e sobre como declarar investimentos, que ajudam a detalhar tratamento de aplicações e saldos em contas.
Imposto de renda do espólio: quando e como é cobrado
O espólio responde por tributos sobre rendimentos auferidos entre o falecimento e a partilha. Após a partilha, a responsabilidade fiscal migra para cada herdeiro conforme a participação recebida. Dívidas fiscais do espólio são pagas antes da partilha.
Atenção: o pagamento do ITCMD costuma ser exigido antes da lavratura do formal de partilha em muitos estados — sem esse comprovante, a transferência pode ficar travada.
Documentos necessários para declaração
- Certidão de óbito, formal de partilha ou escritura pública de inventário
- Documentos do imóvel (matrícula, IPTU), extratos bancários, comprovantes de aplicações
- Guia de recolhimento do ITCMD ou comprovante de isenção, CPF e RG dos herdeiros
Planejamento sucessório tributário: como reduzir impostos legalmente
Se você pesquisou “Herança: Como Funciona E Quais São Os Impostos”, já sabe que deixar tudo para a última hora pode gerar custos altos.
O planejamento sucessório tributário organiza quem recebe o quê, quando e como, reduzindo o impacto de impostos e de disputas.
Estratégias legais:
- Testamento bem redigido.
- Doação em vida (com reserva de usufruto quando conveniente).
- Holding familiar para concentrar bens e participações — entenda esse instrumento em o que é holding.
Cada instrumento tem efeitos fiscais distintos; por exemplo, doações antecipam tributação (ITCMD), enquanto holding exige governança e custos contábeis mas pode otimizar sucessões complexas. Para cenários mais amplos sobre impostos e formas de utilizá-los ao seu favor, veja também o conteúdo sobre impostos no Brasil e planejamento tributário.
Instrumentos práticos: testamento, doação e holding familiar
| Instrumento | Como funciona | Impacto fiscal | Melhor quando |
|---|---|---|---|
| Testamento | Declaração de vontades | Não elimina inventário; tributos aplicam-se | Você quer manter controle até o fim |
| Doação | Transferência em vida, possível reserva de usufruto | Antecipação de tributos; evita parte do inventário | Há herdeiros capazes e planejamento |
| Holding familiar | Empresa que detém bens da família | Pode otimizar impostos e sucessão | Patrimônio relevante e vontade de profissionalizar |
Antes de decidir, faça simulações: cálculo do ITCMD, impacto no IR e custos de manutenção.
Vantagens e limites do planejamento sucessório tributário
Vantagens: reduz custos e atritos, preserva patrimônio, facilita continuidade de negócios familiares.
Limites: mudanças legislativas podem alterar benefícios; operações sem documentação podem ser questionadas por credores; eficiência depende de avaliação correta e respeito à legítima.
Para integrar esse trabalho ao seu orçamento e objetivos, considere alinhar o plano sucessório ao seu planejamento financeiro.
Cuidados fiscais e a importância de consultar profissionais
Consulte advogado especializado em sucessões e contador com experiência em tributos estaduais antes de doar ou transferir bens. Uma assessoria adequada evita autuações e problemas fiscais.
Conclusão: Herança Como Funciona e Quais Impostos
Herança não é só emoção — é processo, documento e imposto. Abrir o inventário no prazo, entender o ITCMD e cuidar da declaração do espólio evita multas e dores de cabeça.
Planejar (testamento, doação ou holding) rende frutos: reduz custos, preserva patrimônio e diminui conflitos. Dívidas entram na conta; a legítima protege herdeiros necessários; prazos são rígidos — atrasar custa caro.
Quer dormir mais tranquilo? Faça um plano. Poupe tempo, dinheiro e desentendimentos. Para continuar se preparando, leia outros artigos em https://aprendersobrefinancas.com.
Perguntas frequentes (FAQ)
A: É a transferência de bens quando alguém morre, que envolve inventário, pagamento de tributos (principalmente ITCMD) e partilha entre herdeiros.
A: Cônjuge e filhos (descendentes) recebem na frente; se não houver, pais e outros parentes conforme a ordem de vocação hereditária.
A: Pode ser judicial ou extrajudicial. Reúna documentos do falecido e dos bens; nomeie inventariante; siga para cartório (se houver acordo) ou ao fórum (se houver disputa/incapazes).
A: Varia por estado (ITCMD); geralmente entre 2% e 8% do valor, dependendo de faixas e isenções. Consulte a Secretaria da Fazenda do seu estado e materiais sobre planejamento tributário para simular cenários.
A: Pode haver IR sobre ganho de capital se a venda ocorrer por valor superior ao usado na base do inventário. Consulte um contador para apurar ganho de capital e possíveis isenções.
Para dúvidas sobre declaração e investimentos relacionados ao espólio, veja também os guias sobre como declarar investimentos e as dúvidas frequentes sobre declaração de investimentos.












