Indiciado pelo Itaú de participar da produção de pareceres que teriam beneficiado financeiramente o ex-CFO do banco Alexsandro Broedel, Eliseu Martins disse, em nota, que contesta as declarações da instituição financeira e fala em “má-fé” na versão dada pelo banco aos fatos.
Uma das maiores referências em contabilidade do país, Martins diz que os trabalhos prestados para a instituição foram de pareceres técnicos e de consultoria, e que todos os serviços foram entregues, com exceção de quatro que teriam sido pagos previamente. Ele também admite que ele e Broedel trabalharam em conjunto na elaboração de pareceres enquanto o colega era executivo do banco, mas unicamente para terceiros.
“Há vários materiais suporte das consultorias que foram feitos sem formalidade, alguma coisa de que me arrependo agora, dada a má-fé da versão dada pelo banco. Trabalho com aproximadamente 6 outros colegas e temos inclusive a quesito de só opinarmos verbalmente ou via parecer; assim, há opiniões que não geram parecer e não aparecem em qualquer documento. Mas são serviços efetivamente prestados, porquê todos os que fiz ao Itaú”, afirma.
Martins diz que ele e Broedel sempre fizeram pareceres para terceiros, “às vezes assinando em conjunto e às vezes com ele sempre ajudando tecnicamente, porquê com outros colegas, com o faturamento por uma única empresa”.
Ele diz ainda que houve pagamentos antecipados de pareceres pelo Itaú e que ele formalmente declarou a urgência de restituição dos valores relativos aos quatro ainda não emitidos. Martins acrescenta que não prestará mais qualquer tipo de serviço ao banco.
“Talvez influenciados pela perda de tão claro profissional, estão, no banco, interpretando de forma totalmente incorreta o que de roupa ocorreu. E, além de me envolverem para atingi-lo, cometem ainda o contraditório de envolverem meus filhos, que zero têm a ver com os fatos que o banco relata e mal interpreta”, afirma. “Não há ainda os citados eventuais processos, mas vou obviamente elucidar e provar o que digo. Reafirmo, não entendo e não aceito o que o banco está fazendo: atingir meu nome e, de forma ignóbil, o da minha família.”
Na nota, afirma também que tem uma vida profissional e acadêmica com conduta “que pode ser verificada com centenas ou milhares de pessoas”. Ele acrescenta que muitas delas já declararam escora e ofereceram a ele a chance de testemunho.
“Somente com o Itaú tenho uma vida de prestação de serviços há quase 5 décadas, passando por gerações de gestores”, disse. “Alexsandro Broedel Lopes foi aluno na pós-graduação da FEA/USP, transformando-se em Professor, portanto colega meu, há muitos anos; e sempre tivemos ligações acadêmicas e profissionais.”