Informalidade cresce em bares e restaurantes: A recuperação dos postos de trabalho no setor de bares e restaurantes nos últimos quatro anos foi puxada pelo aumento da informalidade no setor.
Em 2019, havia 2,97 milhões de pessoas empregadas no setor formal. Já em 2023, esse número ficou em 2,93 milhões, uma subtração de 1,6%.
No setor informal, o número de vínculos passou de 1,76 milhão em 2019 para 2,013 milhões em 2023, aumento de 13,4%.
Os dados fazer segmento de um estudo inédito feito pela a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e a Escola de Economia da Instalação Getúlio Vargas (FGV/EESP).
A pesquisa utiliza porquê base a metodologia da Pesquisa Vernáculo por Exemplar de Domicílios (Pnad), que considera informal quem não tem vínculo empregatício formal e também não contribui para a previdência.
No que diz saudação ao perfil sociodemográfico desses trabalhadores, a maioria é formada por mulheres (51%) e pretos e pardos (67%).
“A informalidade começou a crescer em 2018, mas ganhou força na pandemia, e de lá pra cá não caiu mais.
Hoje ela gira em torno do 41% da mão de obra totalidade do setor, muito supra da média da economia brasileira, que é de 34%. A maior razão disso são os custos elevados”, disse Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Para Solmucci, essa fenômeno impacta diretamente o capital humano, dificultando treinamento, qualificação e, consequentemente, gerando altos índices de rotatividade. “Esse ciclo vicioso também mantém os salários baixos e desincentiva investimento”. afirmou.
De combinação com o estudo, o setor movimentou R$ 416 bilhões em 2023, representando 3,6% do PIB pátrio. Aliás, bares e restaurantes empregam diretamente 4,94 milhões de pessoas, o que corresponde a 7,9% do totalidade de empregos formais do Brasil, com uma tamanho salarial de R$ 107 bilhões.
Do ponto de vista de consumo, o setor também foi impactado pelo progressão de gastos com jogos de aposta online, popularmente conhecidos porquê “bets”.
Segundo Solmucci, esse fenômeno mascarou o efeito positivo da redução do desemprego e propagação da renda observados ao longo deste ano.
“Historicamente, quando a renda cresce, nosso setor cresce 50% supra, mas não estamos conseguindo repassar preços. Não há renda disponível para aspirar esse aumento e a nossa principal suposição é de que a razão dessa dificuldade é o propagação das ‘bets’”, afirmou Solmucci.
Conforme noticiou o Valor, os gastos com apostas podem obter até R$ 130 bilhões em 2024, segundo o estudo da Strategy&, consultoria estratégica da PwC.
Isso pressionou o orçamento das famílias, mormente nas classes mais baixas, reduzindo os gastos com lazer, o que inclui a alimento fora do lar.
Para o presidente da Abrasel, a regulamentação desse mercado deve trazer evidente consolação para o setor no ano que vem. Posteriormente possante pressão, o governo criou o mercado regulado das “bets”, que passa a valer no dia 1º de janeiro de 2025.
Outro repto diz saudação à licença de crédito. Para Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o setor é uma alavanca promissora para a economia, mas a falta de dados das pequenas e médias empresas – que formam a maioria do setor – dificulta o propagação desses negócios no país.
Isso porque muitas delas não publicam relatórios financeiros auditados, limitando a licença do crédito por segmento dos bancos. “Quanto menos informações disponíveis sobre essas empresas maior é o dispêndio de crédito, pois o risco da operação é maior”, disse Sidney.
Uma selecção sugerida pelo executivo é o fomento à geração de fundos garantidores, porquê forma de fomentar a segurança nessas operações, garantindo que o crédito chegue a quem precisa.
Aliás, a combinação entre inflação persistente e taxas de juros elevadas faz com que as taxas de empréstimos bancários se mantenham elevadas, aumentado os custos financeiros das empresas que operam no país.
Esse cenário se soma à dificuldade de repassar o aumento dos custos, que vem sendo um repto para o setor ao longo dos últimos anos.
Segundo o estudo, somente 10% dos estabelecimentos conseguiu ajustar os preços do cardápio supra da inflação.
Considerando que estamos encerrando o ano com uma inflação de provisões, é provável que esse repto persista no ano que vem. Aliás, a inflação subida também corrói o poder de compra dos consumidores, reduzindo os gastos com serviços de alimento fora do lar.
Para levante ano, a expectativa da Abrasel é que o faturamento do setor avance 5%, em termos reais, ainda que a situação financeira não seja das mais confortáveis. Segundo o estudo, 26% das empresas ainda operam com prejuízo e 4 em cada 10 possui dividas em demora.
Neste momento, as atenções estão voltadas para a regulamentação da reforma tributária, que ainda tem de ser aprovada pelo Senado.
Os representantes de bares e restaurantes defendem uma redução de 60% da alíquota dos novos tributos sobre o consumo, além da possibilidade de o setor gerar crédito tributário para outras empresas.